Buscando um espaço na história

Eu já havia sido jogador de futebol profissional, atuava como volante, no início de minha carreira era apontado como uma das maiores promessas do Brasil, diziam que niguém teria melhor visão de jogo do que eu se treinasse bem; logo no início fui eleito melhor volante do carioca e revelação do campeonato pelo América, para o Brasileirão fui contratado pelo Fluminense, me destaquei no campeonato (ainda era mata-a-mata) e fui eleito melhor jogador pela CBF e bola de ouro pela Placar, estava em todas as manchetes, cheguei a ser convocado para a seleção em 1994, mas infelizmente minha carreira não deu certo... você deve estar se perguntando o porquê, bem, não gosto muito de falar disso, mas foi o seguinte: um dia eu estava saindo de uma festa no morro do alemão com meus amigos, foi quando alguns policiais estavam subindo, quando estava quase entrando no carro de um de meus amigos que levei um tiro no joelho, acabei caindo no chão me sentindo muito mal, não tinha forças para me levantar, olhei para o lado e pedi ajuda de meus amigos, 2 deles me levantaram e me colocaram no carro, me levaram direto para o hospital, fiquei um bom tempo no hospital, minha dor era enorme, mas não por causa do tiro, mas sim porque no 2º dia fiquei sabendo que não voltaria mais aos gramados, eu havia perdido o movimento da perna, quando sai do hospital haviam muitos repórteres tentando arrancar alguma palavra minha, mas a única coisa que consegui dizer no meio de minhas lágrimas foi: "sinto como se metade de mim tivesse sido destruída".

No outro dia fui olhar o jornal que lia diariamente, o "BFA" e a manchete era a seguinte:


Mas não parei com o futebol por aí, virei olheiro do Vasco por um tempo; aos meus 34 anos parei com o futebol profissional e fui treinar um time escolar de Vitória da Conquista (minha cidade natal), fomos campeões do interescolar em um jogo sensacional, nosso jogador Yago se destacou muito no campeonato e foi contratado por um dos times da cidade, o Serrano.

Após o jogo um homem de terno preto veio até mim e começou a conversar comigo:

-Olá, parabéns pela conquista, seus garotos jogaram muito bem.
-Obrigado, eles mereceram.
-Sim, é mesmo... você é o Samuel Motta não é?
-Sou eu mesmo, e você é...
-Eu sou o Carlos Ubiratã e cuido do Departamento de esportes do Iraty.
-Prazer em conhecê-lo.
-Ah não, o prazer é todo meu, enfim, vim aqui para te fazer uma proposta para treinar o Iraty.
-Não brinca... é sério?
-Por que eu estaria brincando?
-Realmente, mas é melhor nos encontrarmos depois para conversarmos com mais calma sobre isso.
-Certo, que tal amanhã no CT do clube? Tem um vôo para Curitiba hoje que vou pegar daqui a pouco e você também pode pegar ele, de lá de Curitiba amanhã já viajaremos para Irati no ônibus do clube.
-Então pronto, muito obrigado.
-Obrigado ao senhor.

De lá fui direto para casa, a emoção era muito grande, poderia voltar a trabalhar com futebol bem perto das 4 linhas com praticamente o mesmo sentimento de sempre, mesmo em um clube pequeno como o Iraty, mas agora era hora de descansar para não me cansar muito na viagem.

Enquanto esperava pelo avião no aeroporto pesquisei sobre o clube e descobri basicamente o seguinte:

Fundado em 21 de abril de 1914, por um grupo de esportistas liderados por Antônio Xavier da Silveira, o Iraty Sport Club é um dos Clubes mais antigos do Paraná. Fez seu primeiro jogo no mesmo ano, vencendo o Imbituvense por 3x0. O time, que na década de 90 ficou conhecido como Azulão, devido à cor do seu uniforme.

No dia 1º de maio de 2002, conquistou o seu primeiro título de Campeão Paranaense, entre os oito clubes que disputaram o certame sem a participação dos clubes de Curitiba.

Com uma base formada em casa, mais os jogadores experientes trazidos por seu presidente, Sérgio Malucelli, o elenco foi Campeão Estadual com uma rodada de antecedência, levando para a cidade a hegemonia do futebol. Seu estádio, Coronel Emílio Gomes, foi totalmente reformado para competições de porte maior, como a Copa do Brasil de 2003, vaga conquistada justamente por ser Campeão Estadual.

Enfim, vamos ao ponto que interessa; quando chegamos no CT do clube encontramos com o presidente e eles me mostraram toda a estrutura e me apresentaram à comissão técnica e aos jogadores, depois disso fomos para a sala do presidente para negociarmos o contrato e acertamos em torno de 900 reais para até o final do estadual podendo renovar se eu fosse bem, depois disso foi apresentada a nova camisa do clube feita pelo designer Alessandro:


Comandei meu 1º treino e percebi que o elenco era muito jovem, porém comprometido e habilidoso:


No outro dia acordei muito feliz e ansioso para o nosso 1º jogo, escalei o time num 4-4-2 defensivo, veja como foi:


Continua...
Comentem, digam se está ficando boa ou ruim

Ficou boa a História que pena voce perder o Movimento das Pernas e se Aposentar.